sábado, 9 de maio de 2015

Money for sex? Na dúvida, diga não!

Alguém já te ofereceu dinheiro em troca de sexo? Como você se sentiria se isso acontecesse? E se você fizesse pelo dinheiro, se apaixonasse e descobrisse (ou ouvisse falar) que esta é uma prática antiga do seu amor? Como você se sentiria, à beira do altar, sabendo (ou imaginando) que você não foi a única que vendeu uma noite de sexo a ele?


Volto a escrever sobre a novela Mil e uma noites, exibida pela Band, no horário nobre das 20h.

Engraçado como as tramas televisivas são alimento para debates interessantes. Quantas vezes, escrevi aqui sobre novelas e situações pitorescas, que estamos sujeitos a viver.

Algumas vezes, as novelas são formadoras de opinião e desfechos para certas situações, são copiados pelas pessoas, imitando comportamentos, algumas vezes, pelo que acho dever fazer, e não do que realmente acha certo.

Como você vive a vida? Você vive fazendo o que deve fazer, ou o que acha certo?

Muitas vezes, diante de um dilema, agimos sem pensar, acreditando que o reflexo seja impulso do que é certo fazer. Algumas vezes, ignorando o próprio coração... Noutras vezes, dane-se o senso-comum e fazemos o que nosso coração manda, sendo ou não, julgado pela sociedade ser certo ou errado.

Não vou dizer que uma ou outra é a forma correta de viver e reagir. Ficaria em cima do muro, dizendo o famoso "cada caso é um caso".

Falando da novela, acompanhando a FanPage do folhetim turco, uma questão me chamou muito atenção: os comentários femininos, sobre o casamento das personagens principais, Onur e Sherazade.

Vou explicar:

A novela é baseada na história de amor entre o casal e a história mostra todo desenvolvimento do sentimento entre os dois.

No primeiro capítulo, diante de uma pressão enorme, Sherazade, diante da desesperada necessidade de angariar o dinheiro que iria salvar a vida de seu filho e profundamente decepcionada com a família de seu falecido marido, em recusar dar o dinheiro a ela, recorre ao patrão, e pede emprestada a alta quantia.

O chefão, o poderoso Onur Aksal, decide emprestar o dinheiro. Mas, em troca, ele pede uma noite de sexo com a mulher, como pagamento. E ela, acuada e desesperada, opta por transar com o poderoso e tarado chefe.

Onur, um cara com problemas familiares, que sofreu profunda desilusão familiar, que viu sua mãe sofrer profundamente com o abandono do marido. Cresceu e se transformou num agressivo e arrojado empresário, passando por cima, como um trator dos obstáculos que impediam seu triunfo, em todas as áreas da vida.

Fez inimigos pela vida e teve as mulheres que quis, algumas pelo sentimento, outra(s), por dinheiro.

Após a noite negra (como foi chamada a noite em que a protagonista transou pelo dinheiro que salvou a vida do filho, que sofria de leucemia), Sherazade passou a tratar o chefe friamente e, entre os dois criou-se um climão daqueles, e cada vez que estavam no mesmo ambiente.

Onur, após provar do sexo com a bela arquiteta, apaixonou-se pela moça e passou a lutar pelo seu amor. Esta luta o fez modificar seu comportamento. Ele parece ter revisto seu comportamento misógino e se entregou ao fato de era imperativo respeitar a mulher amada (e todas as mulheres do mundo).

A história se desenvolveu e eles se apaixonaram, com muita insistência do poderoso chefão da Binyapi, holding que é proprietário, sócio do amigo de infância Kerem, que também é apaixonado por Sherazade, mas que não faz ideia da noite negra.

Durante o período de conquista, Onur sempre se mostrou sufocador. Romântico e doce, mas em momentos de discordância, extremamente ciumento, possessivo e até agressivo. Ou seja, ainda se colocando numa posição acima da mulher, mostrando que, talvez, lá no fundo, a mudança seja superficial.

Pois é... ciúme excessivo e possessão são atitudes machistas, e negativas num relacionamento, mostrando autoridade na relação e subjugando a mulher (ou vice-versa, se preferir).

Pois bem... o namoro esquentou e virou noivado. O noivado virou casamento. E o Onur providenciou a coroação de sua redenção, promovendo uma cerimônia belíssima de casamento, transformando sua noiva numa rainha, aos pés do altar onde selariam o matrimônio.

Como toda boa novela, o conflito é algo muito presente e, à beira do altar, um escândalo se abate sobre o casal e vem à tona (verdade ou mentira - ainda não se sabe, com certeza) uma outra proposta financeira por sexo, que Onur teria feito a outra funcionária, e explode num verdadeiro escândalo, na TV.

Ao ver aquilo, Sherazade, que já tinha sido vítima de uma proposta de grana por sexo, não exitou em acreditar na história. Compreensível, já que o Onur já teria feito aquilo antes. A arquiteta, então, resolveu abandonar o casamento e fugir do altar, não querendo ver a cara do Onur, nem pintado de Ouro (que ele tem muito).

Beleza...

Eu sempre exaltei o comportamento da Sherazade, mostrando ser um exemplo de mulher, com dignidade de sobra... mostrando para as mulheres (principalmente as brasileiras) como uma mulher deve conduzir-se, diante do amor.

Não sou antigão e nem antiquado. Mas sempre admirei o jeito durão da moça que, com sua personalidade forte e caráter ilibado, não se curvou ao poder do noivo, o fazendo comer na sua mão.

O motivo deste pensamento é me mostrar abismado em ler os comentários das mulheres (nas redes sociais que acompanham a novela), criticando e detonando a Sherazade. Dizendo, em sua esmagadora maioria, que ela foi cruel em cancelar o casamento. Que o homem é lindo e rico e etc.

Que ela foi burra demais, por largar um homem daqueles... apaixonado, arrependido.

Não quero taxar a mulher brasileira, pelo amor de Deus. Mas ler tantos comentários assim me fazem refletir pelos tantos e tantos momentos, em que a mulher é subjugada por homens que tem dinheiro e poder. E que esses "predicados" fazem muitas mulheres se renderem e se sujeitarem a ter maridos assim, que têm tudo que desejam, por bem ou por mal.

Eu sempre aventei a possibilidade de o Onur ser dispensado pela Sherazade, enquanto tentava conquistá-la. Acho que ele viraria bicho. Pois, definitivamente, a palavra "não", não faz parte de seu vocabulário.

Quem poderá dizer que esta prática (a de pagar para transar) não era uma constante na vida deste (ex)DomJuan?

É óbvio que o amor nos dá o divino direito à redenção. Mas, criticar a posição de uma mulher que não aceita um comportamento misógino, machista, autoritário... e, no mínimo, curioso.

Já vi casos em que homens usam o poder e o dinheiro para atrair e conquistar mulheres... assim como já vi muitos casos em que mulheres usam o corpo e a sedução como arma de "amarrar o cara". Realmente, ser refém de comportamentos assim, principalmente com amor envolvido, é de dar dó.

Sem julgamento, mas tenho minha opinião. Eu tenho pena das pessoas que usam artifícios para conquistas e, mais pena ainda, dos que se rendem aos ardis.

As mulheres reclamam que são maltratadas, chifradas, desrespeitadas e humilhadas por seus homens que traem, batem, abusam, assediam moralmente. A Lei Maria da Penha está aí, para mostrar o quanto... e, comportamento assim, de esquecer o passado de machismo é, imediatista demais, mostrando uma enorme necessidade de se arrumar rápido.

A mulher tem valor demais para se sujeitar à casar com dúvidas ou diante de incertezas capitais, que vão de encontro ao conceito de bom caráter relacional.

Me admirei muito com os comentários e isso me fez refletir sobre o que uma mulher realmente quer...

O problema não é ter um milionário com tesão, por aí, oferecendo dinheiro à mulheres, em troca de sexo. O problema é ver que, cada vez mais mulheres, não estão ligando muito para o conceito e aceitando de bom grado e, pior ainda, ainda querendo um cara desses, em suas vidas.

Teve uma pessoa, no facebook, que até escreveu: "... mas com aquele colar de brilhante no pescoço, com aquela casa de 17.000.00,00 que ele comprou, com aquela festa maravilhosa para mais de 700 convidados que já estavam lá, com aquele bolo enoooooooooormeeeeeeeeee, tudo pago PELO ONUR, porque ela não tinha dindin para nada e, principalmente por todas as vezes que ele correu atrás para provar o amor dele. SINTO MUITO, EU CORRIA, DESLIGAVA A TELEVISÃO, E CASAVA ASSIM MESMO!". Esta, não pode ter do que reclamar...

Sem moralismos idiotas, posso dizer que entendo porque tanta mulher pensa e age assim. Mas estão, quase sempre, comprando uma vida de felicidade rasa e muitas frustrações.

Na dúvida, diga não. Depois, averigue, reflita... Pode até reconsiderar... mas esteja certa que vale à pena viver o amor que se deseja... Pois, poder e dinheiro não podem determinar seu valor. Mas não deixe seu valor se perder em nome de nada!

AUTOR:EDU NO BAÚ (Total Crédito do Texto a Ele)

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